
Vício vs necessidade
Dei um “Google pesquisar” no tema: vício em contato humano.
Nada encontrei a respeito, mas encontrei a necessidade de contato humano como tema relacionado. Assim me pus a pensar: é uma linha tênue que define o que é necessidade e o que é vício. E mais tênue é a linha que define porque um é tido como positivo e o outro negativo.
Dois pesos, duas medidas?
Em relação a contato humano, necessidade é tida como algo positivo. É o sentimento intrínseco de nosso ser de se relacionar, criar vínculos e gerar lindas histórias a partir destes significativos encontros. E o termo vício nem ao menos é considerado.
Pensando cá comigo no que entendo por vício, automaticamente meu cérebro me transporta para a ideia de que todo vício começa com uma necessidade: a necessidade de preencher algo que nos falta com um pobre substituto.
Se todo vício começa com uma necessidade, não seria a necessidade o sintoma de uma doença pertencente ao futuro?
A menos que estejamos tratando da necessidade em um nível biológico como o oxigênio à nossa sobrevivência ou o coração à nossa circulação sanguínea, não seria a ideia de precisar do outro algo extremamente prejudicial à nossa autossuficiência?
E se fôssemos só?
Contemple o cenário em que pessoas foram privadas de contato humano e o resultado disso em nossa psique, o resultado nefasto disso em nossa psique. Só me vem à cabeça: por quê?
É tão bonita a ideia de que conseguiríamos nos conectar com o mundo através da energia que exala e assim deixaríamos de precisar de qualquer coisa além.
Para mim é bonita a ideia de não mais haver necessidade, porque aprenderíamos que a falta não existe uma vez que tudo o que precisamos já temos.
Ou seria a completude humana nada mais do que uma fascinante utopia?
Foto em destaque retirada do site Unsplash de acordo com os direitos autorais. Autoria de Freestocks.
1 COMENTÁRIO
[…] Necessitamos nos sentir únicos e urgentes para o outro, precisamos de provas que atestam nossa exclusividade na lista de contatos. Queremos sentir que somos primordiais na vida de outrem, queremos garantir que somos a primeira lembrança e o primeiro nome no qual aquela pessoa pensou. […]