O erro parecia um espaço palpável entre os dois.
Com os olhos ela dizia “não ultrapasse os meus limites” e ele então recolheu a mão que avançava para tocá-la. Já bastava o que aquela mesma mão tinha tocado no corpo de outra pessoa.
O barulho do trânsito rodeava os corpos dos dois, sentados frente à frente na mesa do café, como um lembrete de que o mundo continuava a girar enquanto o mundo que era eles desmoronava.
Rompeu-se ao meio o par para que as unidades seguissem inteiras.
Serviu-se perdão como prato principal e ambos mataram a fome sentindo que aquela era a última refeição.
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